Olhamos o mundo e parece que simplesmente
vemos as coisas tal como elas são. Entretanto, ao olhar alguma coisa e
nomeá-la, é preciso ter antes uma ideia do que ela seja; as pessoas têm em suas
cabeças alguma ideia do que é um carro, e, por isso, quando veem diferentes
carros, podem dizer que viram um.
O olhar humano sempre está repleto de
prenoções sobre a realidade que nos ajudam a compreendê-la. E elas estão
repletas de conhecimento do senso comum. O conhecimento do senso comum é uma
forma válida de pensamento, mas não é o único possível. Há, por exemplo, o
conhecimento científico.
O conhecimento científico muitas vezes
parte do senso comum para olhar a realidade, mas ele sempre precisa ir além do
senso comum.
Nosso olhar nunca é um olhar neutro, ele
está sempre repleto dessas prenoções que vêm do senso comum. Para lançar um
olhar cientifico para a realidade é necessário afastar-se dessa forma de
observá-la.
Por que é preciso afastar-se do senso
comum?
Porque Ciência não se faz baseando-se no
senso comum.
Na verdade, toda construção científica é
um lento processo de afastamento do senso comum. Não se pensa sociologicamente
imerso no senso comum. O problema é que estamos imersos nele. Nossa maneira de
pensar, de agir e de sentir está repleta desse tipo de conhecimento. Apesar de
ser uma forma válida de conhecimento, não é ciência. A ciência se constrói a
partir de um cuidado metodológico ao olhar a realidade que procura se afastar
dos juízos de valor típicos do senso comum.
Algumas
características do senso comum:
· Imediatista:
o senso comum se caracteriza muitas vezes por ser extremamente simplista, ou
seja, muitas vezes não é fruto de uma reflexão mais cuidadosa. Não se preocupa
em definir nada muito bem, não tem, portanto, preocupação com a terminologia
que emprega.
· Superficial: a
superficialidade dessa forma de conhecimento está relacionada com o fato de que
ele se conforma com a aparência, “com aquilo que se pode comprovar simplesmente
estando junto das coisas: expressa-se por frases como ‘porque vi’, ‘porque senti’,
‘porque disseram’, ‘porque todo mundo diz’
· Acrítico: outra
característica é o fato de ele ser, muitas vezes, uma forma de conhecimento
acrítico, ou seja, não estabelece uma visão aprofundada do que vê, não
questiona o que é dito.
· Cheio
de sentimentos: muitas vezes nossa visão da
realidade é excessivamente marcada pelas nossas emoções, e as emoções
normalmente tiram a objetividade da pessoa, pois são pessoais e não estão
baseadas na razão. Elas podem fazer com que ajamos de forma irracional.
· Cheio
de preconceitos: ele muitas vezes é repleto de
preconceitos. O preconceito é o conceituar antecipadamente, ou seja, é a
atitude de achar que já se sabe, sem conhecer algo de verdade, pois usa
explicações prontas que estão repletas de juízos de valor. Portanto, a atitude
preconceituosa com relação à realidade e a tudo o que a cerca é aquela da
pessoa que julga sem conhecer, com base no que acredita que é ou no que deva
ser.
O olhar que evita essas posturas relacionadas
ao senso comum é o olhar do estranhamento.
REFERÊNCIAS:
Caderno do Aluno_ESTADO DE SÃO PAULO: 1º Ano
muito legal ajudou muito.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirtirei o comentario porque foi duas vees a mesma coisa.
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